Nosso colaborador relata um encontro entre sua grande embarcação no Atlântico Norte e duas pequenas embarcações autônomas de superfície, também conhecidas como Maritime Autonomous Surface Ships (MASS). Embora ambas as embarcações tenham sido detectadas no AIS e no radar a 7 milhas náuticas de distância, a detecção visual foi difícil, mesmo em condições de mar calmo.
A primeira embarcação estava diretamente na proa do navio e o ponto de aproximação mais próximo (CPA) estava a aproximadamente 0,5 milhas náuticas.
Cerca de 45 minutos depois, uma segunda embarcação não tripulada, um pouco menor, foi encontrada. Inicialmente, foi avaliado que estava à deriva, com um CPA de 0,2 milhas náuticas a boreste, e o navio alterou o curso para bombordo para aumentar o CPA para 0,4 a 0,5 milhas náuticas. No entanto, conforme o navio se aproximava, a embarcação não tripulada aumentou a velocidade para cerca de 5 nós e começou a cruzar a proa do navio a curta distância, exigindo uma alteração imediata do curso para resultar na passagem a uma distância segura.
Há um número crescente de embarcações não tripuladas operando no mar, e a IMO está desenvolvendo um Código MASS para adoção já em 2025. Nesse ínterim, regulamentações existentes como SOLAS e RIPEAM se aplicam, e as embarcações devem ter um comandante humano designado, independentemente do nível de autonomia (veja a tabela). Essa pessoa, se não estiver a bordo, trabalhará de um local remoto e continua obrigada a manter uma vigilância adequada por todos os meios disponíveis (regra 5 do RIPEAM). Atualmente, isso inclui transmitir sua localização em AIS e monitorar VHF – até mesmo embarcações não tripuladas devem responder a chamadas de rádio!
Table 1: The IMO’s 4 degrees of autonomy
Degree | Definition |
1 | Some processes automated, seafarers are on board |
2 | Remotely controlled ship with seafarers on board |
3 | Remotely controlled ship without seafarers on board |
4 | Fully autonomous ship |
Embarcações que encontrarem embarcações autônomas devem tratá-las como fariam com qualquer outra embarcação e aplicar o RIPEAM adequadamente. Isso inclui passar a uma distância segura e não cometer o erro de se aproximar demais por causa de seu pequeno tamanho.
Os navegadores que encontrarem embarcações de superfície não tripuladas (USVs) durante a navegação comercial e recreativa são encorajados a identificar e registrar as informações do AIS e relatar quaisquer desvios relacionados ao RIPEAM ao CHIRP Maritime (reports@chirp.co.uk). Esses relatórios contribuirão com insights valiosos sobre os desafios operacionais e considerações de segurança associados a embarcações autônomas, apoiando o desenvolvimento de melhores práticas e medidas regulatórias para navegação segura em torno de USVs. Ao compartilhar essas experiências, os navegadores desempenharão um papel crítico em aumentar a conscientização e garantir que a transição para uma maior autonomia no mar priorize a segurança de todos.
Consciência situacional – Embarcações autônomas podem ser muito pequenas – fique atento e consulte o AIS e os Avisos aos Navegantes para identificar se estão operando ou sendo testados perto de sua área de operações.
Comunicações – Pode parecer contraintuitivo ou irracional, mas entre em contato com a embarcação por VHF se tiver dúvidas sobre suas intenções.