Um gaseiro de GNL do tipo Dual Fuel Diesel Electric (DFDE) estava navegando no mar à noite. Por volta das 04:00, o relatante foi acordado por um alarme de incêndio e um aviso do fonoclama de que havia um incêndio na sala do compressor, que é um espaço não tripulado (UMS).
Temendo uma explosão, o relatante vestiu o EPI e encontrou o chefe de máquinas do lado de fora da sala do compressor. Os dois precisaram abrir a porta contra a pressão positiva do ar no compartimento. Da porta eles não podiam ver nenhum sinal de fogo ou fumaça, mas não entraram imediatamente porque nenhum dos dois se lembrou de pegar os detectores portáteis de gás. Eles pediram para alguém trazê-los e assim que chegaram e confirmaram que não havia gás, a equipe de combate a incêndio com três pessoas entrou no compartimento usando aparelho de respiração. Uma busca minuciosa confirmou que não havia fogo.
A equipe do passadiço estava convencida de que havia visto chamas saindo da sala do compressor. A equipe de três pessoas verificou o compartimento adjacente e confirmou que não havia fogo.
A equipe de emergência foi até ao passadiço, onde recebeu a informação de que uma grande nuvem foi vista saindo do poço de ventilação da sala do compressor. O compartimento foi inspecionado e estava quente. A equipe então concluiu que o pessoal no passadiço havia confundido uma nuvem de vapor com chamas e fumaça na escuridão.
Investigações posteriores revelaram que houve uma perda de energia elétrica em todo o navio, que foi restaurada apenas alguns momentos antes do alarme de incêndio soar.
O navio continuou navegando, mas descobriu-se que o painel de detecção de incêndio estava com defeito e o modo de detecção de gás foi desligado. Portanto não havia como identificar um incêndio ou vazamento de gás.
Os gaseiros de GNL usam um sistema de gás inerte (nitrogênio) na sala do compressor para impedir a entrada de ar/oxigênio e vapor de água, que pode congelar e danificar equipamentos
críticos. Serve também para reduzir o risco de incêndio.
O excesso de gás nitrogênio é expelido através de um pequeno suspiro tipo pescoço de ganso localizado no teto da sala do compressor, que pode ser visto do passadiço. Normalmente a quantidade liberada é muito pequena e quase imperceptível, porém, em um apagão, o sistema irá expelir uma quantidade maior em uma explosão repentina. O gás é superresfriado e quando encontra a atmosfera sobre o teto da sala do compressor, faz com que o vapor de água se condense em uma nuvem de vapor, que pode parecer fumaça.
A embarcação havia sofrido uma perda de energia elétrica porque a fonte de alimentação ininterrupta (UPS) não havia funcionado. A perda de energia acionou o alarme de
incêndio, reforçando ainda mais a percepção de incêndio na sala do compressor.
Como a embarcação é recém-construída (com cerca de um ano de idade) e só entrou em serviço recentemente, o defeito da UPS provavelmente existia desde que ela foi construída, mas não havia sido detectado anteriormente. Uma revisão do regime de teste e inspeção de UPS existente seria benéfica, assim como aumentaria a conscientização da equipe do passadiço sobre os efeitos de uma perda de energia no sistema de gás nitrogênio e a probabilidade de uma explosão temporária de vapor poder ser vista logo depois.
Consciência Situacional – As pessoas que despertam de um sono profundo podem se sentir desorientadas por vários minutos depois de acordarem. Isso dificulta a capacidade de criar consciência situacional e explica por que os detectores de gás portáteis não foram levados inicialmente. Listas escritas de memórias auxiliares às vezes podem ser benéficas em tais circunstâncias.
Alerta – A equipe do passadiço estava certa em acionar o alarme porque acreditava que havia um incêndio na sala do compressor.
Trabalho em Equipe – O relato não mencionou a contagem de todos a bordo, mas esta é uma boa prática em caso de emergência.
Treinamento – Atender a uma emergência à noite é mais desafiador do que durante o dia. Você realiza exercícios de emergência à noite?