Um prático embarcou em um navio carregado de toras de madeira que estava prestes a partir. Não havia passagem segura sobre ou ao redor dos troncos. A única maneira de a tripulação acessar o castelo de proa era equilibrando-se na borda falsa, balaustradas e grades ao redor do navio ou escalando os troncos. Nenhum dos tripulantes usava o EPI correto para subir com segurança sobre os troncos, e aqueles que se equilibravam
no costado do navio corriam o risco de cair ao mar. O prático levantou o assunto com o comandante e alertou as autoridades para essas falhas significativas de segurança.
O Código de Práticas Seguras da IMO para Navios Transportando Cargas de Madeira no Convés (o Código TDC de 2011) se aplica a navios com mais de 24 m e que transportam madeira. Embora não seja obrigatório, fornece orientações de segurança que dizem:
(2.8.2) “Podem ser necessárias medidas especiais para garantir o acesso seguro ao topo e através da carga”; e
(2.8.5) “Uma superfície de caminhada segura com pelo menos 600 mm de largura deve ser instalada sobre a carga ao lado de um cabo de segurança”.
O EPI sugerido é um cinto de segurança, linha de vida e calçado de segurança adequado. (Recomenda-se o uso de sapatos de segurança e galochas com bico rígido para evitar escorregões e lesões no tornozelo).
Como os navios estão sob pressão comercial para navegar assim que finaliza o seu carregamento, pode não haver tempo para instalar uma passarela segura até o castelo de proa. Isso deveria ter sido considerado parte da avaliação de risco da embarcação para desatracação e medidas de segurança alternativas, como uma passarela temporária, deveriam ter sido fornecidas. O CHIRP já recebeu relatos de lesões graves que
ocorreram em situações semelhantes.
Cultura – Uma boa cultura de segurança é aquela em que todas as medidas razoáveis são tomadas para remover ou reduzir os riscos. Se essas etapas forem difíceis de implementar ou levarem tempo para serem implementadas, existe um perigo real de “apatia de segurança” e “não vemos mais os riscos”, ou seja, a normalização de desvios. Dizemos a nós mesmos que “os riscos são os riscos” ou nos convencemos de que os riscos que estamos correndo são “aceitáveis”. Onde está sua empresa na Escada de Segurança Hudson?
Alerta – A tripulação deveria saber que andar em uma borda falsa ou balaustrada é perigoso, então o que impediu os membros da tripulação de apontar isso? Eles se sentiram confortáveis para alertar ou estavam com medo das consequências? Você alertaria se visse isso em sua embarcação?
Pressão – Ao trabalhar sob pressão, geralmente priorizamos a conclusão da tarefa em vez de nos mantermos seguros.
Marítimos: Você já se sentiu pressionado a realizar um ato inseguro? Você já discutiu a pressão gerada pela carga de trabalho durante as reuniões do Comitê de Segurança? O que você pode fazer para reduzir esta pressão?
DPAs: há pressão inadvertida ou deliberada sobre os gestores de bordo (comandantes e chefes de máquinas) para cortar custos para economizar tempo? Como você sabe disso?
Práticas locais – Carregar e estivar a carga de madeira é uma operação de alto risco. Se você não receber o EPI correto, você levaria a questão ao seu chefe de departamento ou por meio de uma linha direta da empresa?